Já há algum tempo que queria escrever algo sobre o Dia Internacional da Mulher, sobretudo porque me vi envolvida numa dicussão polémica sobre o tema. Existem inúmeras pessoas que advogam que hoje em dia esta celebração não se deveria efectuar.
Discordo, discordo porque nunca como agora as mulheres viram os seus direitos atropelados. Claro que algumas mulheres conseguem, com o dobro ou o triplo do trabalho dos homens, atingir lugares de topo. Mas para isso, têm que adiar uma série de coisas nas suas vidas, casamentos, filhos, etc. Vivem, na sua grande maioria, vidas que não devem ser tão gratificantes quanto o que ensinuam algumas delas, são as primeiras a levantar-se em casa, arranjam-se, preparam o pequeno-almoço, tratam dos filhos, umas levam-nos à escola, outras entregam-nos aos pais (já prontos) para irem para a escola, vão trabalhar o dia inteiro, normalmente são quem recolhe os filhos à escola, arranjam banhos, fazem jantar, tratam da casa e, não nos vamos esquecer do Supermercado... estas são as mulheres que vivem em países europeus do Sul. Teoricamente a Legislação Laboral protege-as, mas todas já ouvimos falar de amigas que foram ameaçadas de despedimento se faltassem porque os filhos estão doentes.
Mas, a minha maior discordância em terminar com o Dia Internacional da Mulher, advém da situação crítica em que vivem mulheres por esse mundo fora, sem direitos, sem ninguém que as defenda. estou a lembrar-me das práticas de excisão espalhadas por África, estou a lembrar-me da lapidação, estou a lembrar-me da proibição do acesso ao ensino no Afeganistão dos Talibãs, estou a lembrar-me da limitação das mulheres chinesas em terem filhos.
Existem milhões de mulheres por esse mundo fora que precisam deste dia, para que os seus direitos mais elementares sejam minimamente garantidos.
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