quarta-feira, junho 06, 2007

Blogosérie Interactiva - 9m 32s - Episódio 6

Episódio 1 - Autor: Capitão-mor
Episódio 2 - Autor: LoiS
Episódio 3 - Autora: Jade
Episódio 4 - Autor: Capitão-mor
Episódio 5 - Autor: LoiS



Maria Luísa Monteiro tinha 16 anos quando saiu de casa. Tinha pedido a emancipação e tinha entrado para Santa Margarida, sede dos Comandos. Passados dois anos de treinos exaustivos: tiro, artes marciais e outras artimanhas para sobreviver ao inimigo, Maria Luísa tinha sido abordada pelo Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Militar, mais conhecido por SIEDM. Precisavam de alguém com o seu perfil para uma recolha de informações no terreno.

Aos 20 anos chegou ao Uíge, Angola, onde ia cumprir a sua missão, aproximar-se de Jonas Savimbi e tentar descobrir quais as suas intenções políticas e planos de guerra. No processo apaixonou-se por um dos capitães de Savimbi, Erivaldo, que era um dos seus homens de confiança. Um dia, após 4 anos no mato, Erivaldo pediu a Maria Luísa que o acompanhasse a Luanda. Chegados à capital instalaram-se no Hotel Luandini, que era de gente de confiança. Uma noite, acordaram com um homem estranho dentro do quarto, com uma arma apontada a Erivaldo. Ernani Veloso era um assassino a soldo. Um disparo, uma morte, uma dor interminável que fez com que Maria Luísa abandonasse Angola e regressasse a Portugal.

Após 2 meses de baixa, o seu chefe conseguiu que fosse transferida para o SIS, os colegas chamavam-lhe “Frígida”, mas o seu nome de código era Amélia e era uma agente implacável com uma obsessão por Ernani Veloso.

(…) Por todos estes motivos, Amélia não compreendia como a voz de Augusto Luís a excitava tanto, perturbava-a para lá do que ela considerava compreensível. Detestava homens como Augusto Luís ou o Ferreira, esse até tinha colocado toda uma operação em risco para estar com mulheres, o Lemos, o Fonseca e o Reis eram menos maus, mas Amélia não se esquecia que o Reis estava neste assado porque tinha atendido o telefone a uma brasileira que lhe tinha dito que conhecia umas histórias sobre a mulher, Patrícia, e ele tinha ido a correr…ser raptado. Patéticos! Por isso, Amélia não entendia a tesão que sentia perto de Augusto Luís, uma patetice!

- Socorro escuto! SOCORRO! MERDA! AMÉLIA SOCORRO! – Grita Augusto Luís para o sistema que leva colado ao seu corpo enquanto é empurrado para a frente pelos simpáticos amigos!

A voz angustiada de Augusto Luís desperta Amélia do seu devaneio. Amélia sabia que não podiam entrar por ali dentro porque não tinham provas de nada. Mandou os demais operacionais esperarem, ainda não era o momento.

Dentro da Quinta das Gárgulas, o Fonseca tinha acalmado após uma cotovelada do Augusto Luís, o Lemos estava lívido, e o Ferreira até ai um mero espectador falou:

“O meu amigo Augusto Luís está-se a sentir mal, seria possível ele ir à casa-de-banho?” diz Ferreira.

“Sinto-me mal?!” – pergunta baixinho o surpreendido Augusto Luís.

“Cala-te!” – Ferreira responde rispidamente – “Vai, e tira a merda do microfone, ainda somos todos mortos aqui!”

Amélia fica congelada com o que ouviu. Sem sistema de comunicações como é que vai saber o que se passa lá dentro?

Augusto Luís sente uma mão no braço a guiá-lo, e vê um segurança minorca ao seu lado, logo seguido de um enorme. O segurança minorca entra com ele na casa-de-banho e diz-lhe em tom cumplice e baixinho:

“Estava a ver que o Ferreira tinha perdido todas as qualidades. Vamos tirar esse microfone?”

- “João?!” – Exclama Augusto Luís;
- “Nikita?!” – Exclama Amélia.
***
*SIEDM é a nomenclatura antiga para o actual SIED



10 comentários:

Prof disse...

Gostei da contextualização que fizeste sobre a personagem Amélia. Deu mais cor à história.
Afinal o Ferreira continua com as suas qualidades de agente secreto intactas!
Gostei muito!
Beijinho!

Anónimo disse...

Um bocado diferente da Santa Margarida que eu vivi com 7 anos, numa altura em que estava lá o meu pai.

No cinema, oficiais no primeiro balcão, soldados na plateia. Até carrinhos de bebé eu vi no balcão. Era um filme de acção, mas tinha desenhos animados antes.

Lembro-me de que o meu pai andava com o cão ao colo. E eu a pensar: "Mas como é que um oficial pode andar de cão ao colo?".

LoiS disse...

007 008 009
Angola
Ena Ena!

Quem continua querida?

Vou de férias, uma semanita e picos de praia!!!

Bjs

Capitão-Mor disse...

Como "pai" desta história não poderia deixar de comentar este capítulo. Gostei bastante do enquadramento geral da personagem Amélia e vamos lá ver como acaba este enredo de espionagem...
Já é tempo de surgirem histórias de espionagem portuguesas. Bem sei que os nossos serviços são algo limitados, mas bem que poderiam surgir uns autores do tipo John Le Carré ou Graham Greene. Ok, se calhar estou a exagerar um pouco...
Qual será o destino do vilão Horácio Lobo e sua comparsa???

AnadoCastelo disse...

Olá Maríita,
Gostei muito do teu episódio, foi muito bem pensado puxar a Amélia para a história.
Esperemos os próximos episódios.
Também gostei do teu blogue é muito bonito.
Beijinhos

Breaking disse...

Cada vez está melhor esta blogsérie! Percebes o que te dizia? Merece do melhor!!!!

E, já agora, se me permites... Capitão e que tal um blog de bloséries? Acho que te ficava muito bem e continuavas por "perto"...

Beijinhos aos dois

vinte e dois disse...

Bem, tive que andar a saltitar de episódio em episódio para acompanhar a história mas está excelente! ;)

leao.xxi disse...

Espero que a blogsérie continue a andar!!!!

Rubi disse...

Já estás nos meus links. Preferes Mariita ou inconformada? Let me know. Por caso tenho visto que há gente com muito valor, em Portugal, para escrever histórias de mistério e espionagem. Vocês são um bom exemplo. Beijos

CaCo disse...

Olá Mariíta. Muito bom este episódio (acho que digo sempre isto... é porque gosto.).

Olha, fiz-te um desafio (se te apetecer).

Bj.