quinta-feira, abril 12, 2007


Neura 2004


Acabei de ler o "Neura 2004" do meu amigo Luís Graça (do Oficina do Livro). Devo dizer que este é um livro cheio de humor que retrata bem as relações do futebol, as apirações de um povo parecido com o português, senão vejam lá este trecho:
"O Neura 2004, desígnio verdadeiramente nacional e transoceânico, começou a tomar forma na cabeça dos construtores civis, dos dirigentes desportivos, do povo. Ah!, e também dos governantes da Bananalândia.
À sede do palácio do Apoio chegaram 714 propostas para construir estádios de futebol no país.
-Eh pá! Se calhar isto são propostas a mais...- afirmou, a coçar a cabeça, o coordenador-geral da Nação, Jonas Bigandstrong, um lituano naturalizado bananalense.
- Vossa excelência acha mesmo? Por mim, considero que um país sem estádios é como um jardim sem flores - proclamou, insuflado de alguma empáfia, Dâmaso Saicedo, assessor de assessor do adjunto do secretário-geral do Ministério dos Assuntos de Alguma Forma Prioritários.
- Sabe o que lhe digo, caro Saicedo? A floricultura pode ser uma bela forma de arte, mas o governo da Nação não se compadece com jardins atravancados de begónias, dálias, agapantos ou estrelícias. Flores são uma coisa, estádios são outra. Compreende a minha linha de raciocínio?
- Perfeitamente. Chique a valer!"
E assim a pessoa pode passar uns momentos agradáveis, rir e pensar com humor.

10 comentários:

o gajo dos avioes disse...

ahahahahahah
ta visto que tenho de ler esse.

damaso "chique a valer" salcede vindo dos maias para nos assombrar :-D

Maríita disse...

Gajo,
Tu vais-te rir tanto como eu, tem lá cenas hilariantes, tipo o Clube Lisbola e Passaroco ou o Clube dos Listradinhos... Hum, ou a cena do jogador que estava na Rússia mas não queria lá continuar...

Este livro só tem um senão, se não segues a vida futobolística desse país famoso por ser à beira-mar plantado, perdes algumas das piadas.

O livro é difícil de encontrar, mas em caso de dúvida mada um mail à editora que é a Oficina do Livro.

Beijinhos

TONY, Duque do Mucifal disse...

O Luis Graça é um irreverente por natureza. Tinha um livro que ninguem quis publicar. Talvez por pudor...

Salta Pocinhas disse...

hehehe
decididamente o "chique a valer" deixou um cheirinho a Maias ;)
beijokas

Prof disse...

Adorei o trecho que transcreveste! Não conhecia e pelo que é dado a perceber deve ser hilariante.
Um bom fim-de-semana!

Capitão-Mor disse...

Parece-me bem interessante. O mais curioso é que o Brasil avançou com a candidatura para organizar o Mundial 2014 e várias empresas de contrução civil portuguesas já avançaram com propostas para remodelação dos estádios. Teremos direito a uma neura ultramarina? :)

Tongzhi disse...

Deve ser bem interessante!!!
Bom fim de semana!

CP disse...

Gracias por la recomendación! Vou já ver se encontro dito livrinho.
e já agora bom fim-de-semana!!!

Sofia disse...

Oii,
Passei para me desculpar pela ausência ( a semana foi terrível de trabalho ) e para desejar um ótimo fim de semana.
Abraços,

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, quero dizer que pretendia comentar o último post, sobre o Juan Luís Guerra. Mas estou com montes de problemas em abrir caixas de comentários.

Era só para dizer que na semana passada bebi o primeiro "Frozen Mojito" da minha vida, no bar de apoio aos cinemas do Campo Pequeno.
Bem fixe!

O bar e o "Frozen Mojito". Dois dias depois bebi outro. Tenho de me controlar. O que vale é que têm água Perrier. É fino ir lá beber uma Perrier.

Eu estava a acabar a revisão de "A mulher que fazia recados às putas e mais contos perversos" e sempre era mais simpático estar lá a rever do que dentro dos Correios da João XXI. O texto tinha de seguir já corrigido para o J.Machado-Dias, do www.kuentro.weblog.com.pt e director do BD Jornal e do BD Voyeur.

Portanto, para responder ao cavalheiro que disse que a minha irreverência tinha custos de publicação, uma boa notícia: agarrem-me se puderem. Passei-me da caixa craniana, esvazio os certificados de aforro, gasto mais de mil contos e publico três num dia, em edição de autor. Sem censuras. É d'homem!

Dia 17 de Maio (quinta-feira), 18 horas, na Bulhosa de Entrecampos, ao Campo Grande. Agora tomem:
--- 15 desatinónimos para Fernando Pessoa
--- A mulher que fazia recados às putas e mais contos perversos
--- De boas erecções está o Inferno cheio, King Kong size, edição especial para masturbadores.

Hoje fui à gráfica Europam, assinar a papelada. Os dois primeiros já estão a seguir para Bingo e as Erecções estão a crescer. No caso, até demasiado. Hoje mandámos os poemas todos para dentro do livro e estava com 278 páginas.

Vai ter de se capar (não é pôr na capa, é cortar) para 208. Pronto! Lá tenho eu de tirar os poemas bem comportados!

Quanto ao Neura 2004, nem eu consigo comprar para dar aos amigos. Saquei cinco na Valentim de Carvalho do Saldanha Residence e ficaram a zeros. Perguntei-lhes: "Vocês podem pedir mais assim a preço de saldo?".
Resposta:
"Não. Têm de ser eles a mandar".
Não posso fazer mais nada.

E já nem estou a pensar nos três que vão sair a 17 de Maio. Já estou com a cabeça na colectânea de poesia "Poetânea 7" e no "Do Verbo e da Luz" (poemas meus e do Jerónimo Nogueira, fotos do Guilherme Duarte). Este está encalhado há quatro anos!

Porque quanto a jornalismo...nem à borla me deixam escrever.

Agora deu-me para rebentar com as finanças e publicar.

Peço imensa desculpa ao país, mas vão ter de levar comigo como escritor. É muito bem feito. Quem manda não me dar trabalho como jornalista? Se eu andasse ocupado não tinha tempo para os livros.

Em última análise, a culpa de eu publicar é do José Sócrates.