quinta-feira, novembro 23, 2006

Ontem

tive uma agradável supresa com o aparecimento da Anne Marie e do Zuko na sessão de poesia eslovena. Tivemos mais um excelente momento de humor e assim se passaram mais umas horas em amena cavaqueira.
Quanto à sessão de poesia em si mesma irritou-me sobremaneira. Ou melhor dito, eu gostei do que foi declamado, mas as pessoas... Ok, eu sei que há muitos professores nos blogues e que eu própria já dei aulas, mas porque raio é que têm que os de letras têm sempre que oscilar entre "Eu sou Deus" e o "intelectual de esquerda", que tal serem simpáticos, educados e menos eleitistas? Nem toda a gente é como eles. É pá e em termos de moda, que tal um upgradezinho? Homens de cabelos comprido sem corte e seboso já era. Mulheres com echarpes até aos joelhos e com corte à Beatriz Costa aos 50 e muitos também é ridículo...o que é natural e fica bem, é ser-se agradável, simpático e discreto. Ah, e já que estou numa de má língua, é rídiculo passarem três horas em elogios aos amigos com quem trabalham e tratarem-nos por "você" em público e por "tu" no privado.
Por último, antes que eu seja trucidada pelos meus amigos professores de letras e bloggers, esta coisa da igualdade dos sexos levada ao extremo é rídicula! No poster que foi apresentado, aparecia Teja Kramberger e Maria Andresen poetas. O tanas! Em português o feminino de poeta é poetisa e não me venham para cá com merdices. A nossa língua é muito bonita, escusam de tentar este tipo de movimentos artísticos que dão cabo de tudo.
Só um reparo para quem tem que falar em público. Quem tem que falar em público tem que olhar para audiência, projectar a voz e é determinantemente proíbido puxar as meias para cima ou esconder-se atrás de um candeeiro, para isso é melhor não aparecer.
Tirando estes promenores, foi muito engraçado pelo convivio que se creou, hum e como este espaço é meu: "Vivam os jantares de bloggers!"

21 comentários:

CP disse...

Os professores de Letras, principalmente os da distinta instituição onde foram ouvir recitar os poemas, costumam cair inevitavelmente num pedantismo que até assusta...mas aqui entre nós que ninguém nos ouve, não há grande crise porque, tradicionalmente eles estão tão distanciados do mundo como ele é que assim que o pezinho sai fora da nobre instituição puff toda aquela grandeza ilusória cai por terra. Pode ser que um dia apanhem um valente suto com o real e ganhem alguma humildade.
:P
(bolas! Este comentário foi demasiado sério. Prometo esforçar-me no próximo)

Anne Marie disse...

Olá!
Ontem tinha ficado com a dúvida da poetisa/poeta. Mas como estava na Faculdade de Letras pensei na minha imensa ignorância e desliguei...

Um beijo!

Capitão-Mor disse...

Dispenso essas dissertações de intelectuais que vivem debruçados sobre o seu próprio umbigo.

VF disse...

Eu por acaso quando falo em público, puxo as meias para cima, é uma especie de estrabilho para não me perder, o que invariavelmente acaba por acontecer.

Na última vez estava eu a falar do Urbanismo em Portugal após o 25 de Abril de 74, e dei por mim a desancar forte e feio nos promotores imobiliários... coisas que como deves imaginar nada têm a ver uma com a outra!

TONY, Duque do Mucifal disse...

grande post Maria! Essas sessões até poderiam ser interessantes se as pessoas que nelas participam, não as tornassem tão enfadonhas. Todos querem pertencer a algo...todos têm necessidade de se identificar com algo...todos querem criar ou pertencer a grupos...fechar o circulo de declamação é mau. É mau existir pseudo-intelectuais que se julgam acima dos outros pelo facto de circular em determiandos meios. Tratar alguém por VOCE e em privado por TU demonstra uma grande falta de personalidade.
E saber falar em público é uma arte...não basta conhecer o tema. É necessário conhecer a audiência. Enfim...Portugal no seu melhor!

Tongzhi disse...

A imagem dos "letristas" está perfeita :)
Quanto ao "poeta", faz parte dos "tiques"...

Salta Pocinhas disse...

LOL
Johnny, nem parece teu! Afinal és ou não uma fã de Harry Potter? Os tipos de cabelos compridos e sebentos ostentavam o look Professor Snape.
Quanto à peuguita, se fosse tirar as intimidades da gaveta era bem pior... Ou a acumulação de bolinhas brancas nos cantos da boca... Ou a caspa nas sobrancelhas... Ou até mesmo o pullover com o bico virado para as costas... e o cabelo à Krusty the Clown
Já não te lembras dos 'nossos' ilustres homens de letras?
Felizmente eu não podia comparecer. Já viste o efeito de uma tirada do saquito de plástico em pleno recital? O que seria das poetisas!
beijo grande
p.s. recebeste sms? pt da net fez greve... tss tss tss

asdrubal tudo bem disse...

Tipos desses só servem para afastar ainda mais as pessoas da cultura. é que não há paciência para esse tipo de gente.

Anónimo disse...

tem que ser, mais vezes, aquele programa como Diogo Infante sobre a Língua Portuguesa, às Sextas, no Canal 1.

Bjocas...

Anónimo disse...

tem que ver (e não ser), mais vezes, aquele programa como Diogo Infante sobre a Língua Portuguesa, às Sextas, no Canal 1.

bjocas...

Prof disse...

Maria, eu sou de Letras e, ainda por cima, de Filosofia. no meu curso havia muitos pseudo-intelectualóides e muita gente de esquerda, não por convicção, mas porque ficava bem ser de esquerda . Dava assim uma aura de contestatário que convém a todo o que se arvorara em filósofo. As meninas vestiam-se mal porque cuidar da aparência era considerada uma futilidade e os rapazes iam pelo mesmo caminho. nunca me identifiquei muito com eles, não por ser melhor (não sou)mas por ter outra perspectiva da vida. Portanto, Maria, por mim, estás à vontade.
Um grande beijinho e bom fim-de-semana!

Rita disse...

ate teria ido, n fossem os meus horarios ultra manhosos... beijinhos

Unknown disse...

Maria, tiro-te o meu "chapéu", (entre aspas porque não uso), grande manifestação de realidade social.
Remeteste-me quase de imediato, para a estreia dum filme do Jean Luc Godard, "Je vous salout Marie", no antigo Nimas, onde essa prole se fez representar em quantidade. Em quantidade foram as dissertações intelectualoides, no intervalo do filme, só ouvido porque contados ninguém acredita, um chorrilho de asneiras patéticas, como eles. Ao fim destes anos todos, as manifestações de cultura continuam adornadas de igual forma, incrível!

:)

Beijo

Anónimo disse...

será que quem fez o poster sabia que eram duas mulheres€? à página tantas pode ter pensado que era um homem e uma mulher e ai era "poetas" :/. Mas se calhar tou a ser inocente lol

Rosalina Simão Nunes disse...

sobre a questão do feminino de poeta...

pois. polémica, talvez. ou talvez não.

poeta é, de facto, uma palavra do género masculino. indivíduo, também, e no entanto, sendo eu uma mulher não deixo de ser, também, um indivíduo.

poeta, do latim, é, na sua etimologia, aquele que faz (alguma coisa), neste caso, poesia. por isso, mesmo sendo mulheres, são poetas.

afinal, um poeta, é, independentemente, do género, uma pessoa. e pessoa, feminino, pode ser homem ou mulher.

__________________________

é óbvio que esta questão pode ser polémica. ou não. afinal, grave seria se, em vez de "poetas" lá estivesse, apenas, "poeta".

FMS disse...

Srecko Kosovel?

Blondie disse...

Maria, apesar de professora de línguas... concordo plenamente contigo e com a Jade... não me sinto nada ofendida, até porque pertenço a uma nova geração que observa criticamente o estado das coisas, tal como tu o fizeste.
Beijinhos

JPS disse...

E nada modou em 20 anos, desde a altura em que lá andava em agitação politica.

Anónimo disse...

Só por acaso... Taja Kramberger escreve-se TAJA e não TEJA, e criou escreve-se CRIOU e não CREOU. A próxima vez, faça favor de não aparecer , ou de ir embora, a meio! A porta estava aberta a quem não quer ficar , ou o seu único interesse é aumentar as suas banhas comendo os bolinhos que lá estavam no fim?

Anónimo disse...

Só por acaso... Taja Kramberger escreve-se TAJA e não TEJA, e criou escreve-se CRIOU e não CREOU. A próxima vez, faça favor de não aparecer , ou de ir embora, a meio! A porta estava aberta a quem não quer ficar , ou o seu único interesse é aumentar as suas banhas comendo os bolinhos que lá estavam no fim?

Anónimo disse...

E que tal: não perdoa a uma eslovena o facto de ela ter escrito poeta , em vez de poetisa, mas a excelentíssima senhora escreve PRECEBER? eheh
acho que não estou a PRECEBER!